“Amo a agressividade de Villeneuve e a inteligência de Lauda mas jamais procurei imitá-los. O que sempre tentei foi absorver o melhor de cada um deles, interpretando-o do meu modo”. Ayrton Senna
Um campeão nascido com as marcas do sucesso. O melhor de sua geração e, provavelmente, de todos os tempos. Ninguém, melhor do que ele, sabia dialogar com o carro para obter sempre o máximo, enfrentando com serena naturalidade e velocidade e os riscos relativos.
“Ser piloto é uma questão de cromossomos: ou se nasce com essa predisposição, ou não. se você tem as bases, pode desenvolvê-las, mas, quanto mais frio e racional, mais você precisa ter dentro de si a paixão pela corrida”.
Sua relação com as corridas era totalmente particular.
“Sou um jovem que sacrificou muito de sua própria existência para as corridas. Penso nesta profissão desde que eu era criança; dei tudo de mim e acho que a amo mais do que qualquer outro. Por isso, até quando estiver correndo, o farei para somente vencer. Retirar-me-ei apenas no dia em que perceber ter andado um décimo mais lento do que poderia”.
Longe dos refletores do palco, dedicava suas energias a aliviar o padecimento de quem sofria. Em um Brasil despedaçado pelos conflitos sociais, no qual para muitos a sobrevivência é a meta da existência, procurava ajudar os deserdados.
“Quando você vê crianças abandonadas nas ruas que apenas sobrevivem, você percebe que é necessário fazer alguma coisa, mas que jamais você poderá mudar o mundo sozinho. Entretanto, você pode dar sua contribuição para mudar uma pequena parte dele. O que eu faço realmente para combater a probreza não o direi jamais. A Fórmula 1 é algo bem miserável em comparação a essa tragédia”.
Ele, o campeão consagrado, o melhor, não podia dar passos em falsos. Em 1993 teria que vencer a resistência de uma estrela nascente, Schumacher, igualar o recorde de Prost e, depois, atacar um outro, lendário, o dos cinco títulos mundiais de Fangio. Só então, talvez, se daria por satisfeito. Mas uma determinação divina, uma ordem inexplicável interrompeu essa sua perseguição na Tamburello.
“Os meus três títulos mundiais deram-me paz, serenidade e confiança em mim mesmo. Estou realmente realizado. Mas quero melhorar ainda mais. Sinto necessidade de fazer melhor, sempre melhor”.
Quem chegou a excelência com certeza errou, mas só aprenderam com os erros.
“Foi do erro de Monte Carlo que retirei a força para luta pelo título de campeão. Depois desse incidente mudei profundamente, aproximando-me de Deus como jamais havia acontecido antes. Não mudei meus hábitos, mas meu modo de ver as coisas. Nisso me ajudaram minha família e alguma pessoas queridas, que me indicaram o caminho certo para alcançar meu objetivo”.